o essencial

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Narcisos e perversos



Narcisos e perversos


Levado ao extremo, o narcisismo fica longe do belo: 
pode virar doença e eliminar vidas

Donald Trump humilhou muita gente na televisão enquanto popularizava o bordão “you’re fired” (está demitido), no programa “O Aprendiz”. Hoje candidato à presidência dos Estados Unidos, ele se mantém fiel à falta de empatia com propostas como a de um muro para barrar imigrantes, que seria pago pelo vizinho México. Fã de construções grandiosas, tem um império: US$ 4,5 bilhões na avaliação da “Forbes”, US$ 10 bilhões segundo ele mesmo. É vaidoso e gosta de se gabar, tanto que muitos o consideram narcisista. Pior: um narcisista perverso, como decretaram psicólogos ouvidos pela revista “Vanity Fair” e como sugere a petição online que defende uma avaliação psicológica do candidato. Ficar sob o comando de alguém com transtorno de personalidade narcisista é realmente um problema, mas não se restringe ao eleitorado dos EUA: esse mal pode estar muito, muito perto de você.

Todos conhecem gente com alguns dos traços que caracterizam um narcisista perverso – para não dizer nós mesmos. Estão alinhados com a sociedade do “eu”, que é calcada na ambição, conquista, autoconfiança, autopromoção e autoestima. E na qual temos, literalmente sempre à mão, uma ferramenta para registrar e mostrar à plateia nossos feitos, que serão curtidos, comentados, compartilhados. Tudo isso engloba o narcisismo, mas não necessariamente a doença: ela só existe quando cinco ou mais das características descritas no DSM-5 (sigla em inglês para Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) se manifestam de forma consistente a partir da idade adulta. Sendo assim, aquele chefe que tanto se acha pode ser só um babaca. Ou, de fato, um narcisista perverso, caso manipule pessoas e situações a seu favor, acredite ser essencial para a existência da empresa (ou do mercado) e humilhe quem está a sua volta para garantir destaque. Segundo o manual, a incidência do problema pode ser maior entre os homens.

"Para essas pessoas, o céu é o limite. Elas vão acabar com tudo o que significa a existência do outro, e o efeito é devastador: uma das relações mais destruidoras que pode existir para qualquer ser humano”, resume a psicóloga Silvia Malamud , especializada em tratar vítimas de narcisistas perversos. É tão grave que, ao comparar características desses agressores com as de um psicopata, a especialista cita poucas diferenças. Basicamente, o psicopata não desiste do alvo, enquanto o narcisista pode substituí-lo – não sem antes resistir ou abusar da manipulação. “As ações do perverso também podem levar à morte. Ele vai eliminar tudo o que constituiu o outro: sua moral, sua estética, seu trabalho e por aí vai. É comum a vida da vítima entrar em colapso”.

Agradeça se nunca experimentou esse extremo do narcisismo nas relações pessoais. No texto “Uma Violência Silenciosa: Considerações Sobre a Perversão Narcísica”, o filósofo e psicanalista André Martins explica que, nessa situação, o fortalecimento do ego do agressor passa pela desvalorização do outro. A violência é velada, não assumida e negada pelo narcisista, que dá um jeito de inverter papéis e fazer o outro se sentir culpado. “Embora sempre tenha existido, essa perversão talvez encontre na cultura contemporânea um terreno fértil, mais comum do que poderíamos supor. Não é explícita, mas imiscui-se no dia a dia, nas pequenas relações, nos pequenos atos, tendendo a passar despercebida”, explica, reforçando que a violência não é necessariamente física e pode estender-se por um longo tempo.

O terreno fértil ao qual Martins se refere passa pela crença de que é possível existir satisfação o tempo todo. Em caso de revés, haverá sempre um atalho para sentir-se melhor - seja com viagens, intervenções estéticas e, vá lá, filtros do Instagram. “Podemos pensar no narcisismo como a busca da plenitude total, sem a existência de limites para a satisfação. Mas não há como estar totalmente satisfeito sempre, isso é ficção”, explica o psicanalista e professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Hemir Barição. “As pessoas estão fascinadas com soluções que parecem livrá-las de um certo mal-estar. É como matar a fome com gelatina: engana, mas por pouco tempo.”

Em longo prazo, diz o livro “The Narcissism Epidemic” (“A Epidemia do Narcisismo” em tradução livre), esses valores trazem consequências destruidoras: falsos ricos (atolados em dívidas), falsas beldades (padrão atingido via plásticas e procedimentos estéticos), falsos atletas (usuários de anabolizantes), falsas celebridades (reveladas por reality shows e redes sociais), falsa sensação de que se é especial (educação das crianças focada na autoestima) e falsos amigos (são centenas deles, mas só no ambiente virtual). “Toda essa fantasia pode fazer nos sentirmos bem, mas, infelizmente, a verdade sempre vence. Os empréstimos hipotecários e a resultante crise financeira [de 2008] são apenas uma demonstração de como, no fim, desejos pretensiosos acabam colidindo com a realidade”, afirma a obra.

A situação fica ainda mais grave quando pessoas viram objetos para garantir a plenitude dos narcisistas: é a “objetificação” do outro, o ato ilusório de enxergá-lo como uma ponte para o bem-estar. No âmbito pessoal, se já houver uma pré-disposição, isso cria a relação de opressor e oprimido que caracteriza o narcisismo perverso. Na esfera pública, acredita Barição, o que se vê é uma sociedade sem culpa nem vergonha. “Este é um dos sinais mais assustadores do funcionamento da nossa cultura. Esses dois afetos têm a ver com o outro e sua ausência mostra que o enxergamos como um objeto”, diz. “Como consequência, as pessoas ficam cínicas e nunca acham que precisam reparar nada ou se desculpar por algo que fizeram. É a lógica do ‘todo mundo faz, funciona assim’, tão recorrente na política.”



Você deve conhecer relacionamentos que envolvam narcisistas perversos, embora o diagnóstico só possa ser feito por especialistas. Na prática, não é o que acontece, e há muitos relatos de pessoas que dizem ter sido vítimas deles – os depoimentos frequentemente vêm de filhos ou da parte oprimida num relacionamento amoroso. Na França, onde muito se fala sobre o tema, o transtorno acompanha a discussão sobre assédio moral no ambiente de trabalho.

As histórias são semelhantes e fazem parecer que os agressores seguem um manual. São atraentes e precisam estar sempre em destaque – a vítima, ofuscada, servirá de “régua” para o narcisista medir seu sucesso em áreas distintas. Nada está bom o bastante, nunca. O que lhes falta de empatia existe de sobra na capacidade de argumentação. O importante é manterem a posição dominante. Para isso, recorrem à ameaça de abandono, à sedação emocional (assumem uma personalidade adorável para retomar o controle) e ao gaslighting (distorções ou invenções para fazer a vítima duvidar dela mesma, chegando a questionar sua sanidade).

Se parece existir um código de conduta para os narcisistas perversos, o mesmo pode se dizer de seus alvos. Não são pessoas frágeis, pelo contrário. André Martins as descreve como fortes, cheias de vida e propensas a enxergar a violência como um desafio para transformar o outro. “O paradoxo é que ela se enreda justamente por julgar-se forte e capaz de superar o sofrimento vindo da agressão injusta [...]. Quanto mais o agressor se torna maldoso em suas palavras, mais a vítima fica solícita, se adapta, cede, se restringe.”

Trata-se de um acordo inconsciente entre as partes, que funciona em looping. O agressor dá a entender que ama a vítima. Seu comportamento alterna entre seduzi-la e agredi-la – na segunda opção, usa macetes de manipulação para criar um consenso de que foi “porque mereceu”. O oprimido vê na relação uma forma de suprir carências e se considera capaz de, um dia quem sabe, ganhar o tão esperado reconhecimento. “Quando é bom, é bom demais. Quando é ruim, é o pior dos mundos. O perverso narcisista identifica qual a carência daquela pessoa para tirar pedaços, como uma erva daninha”, compara Silvia.

Pela forma sutil e manipuladora como a situação se desenvolve, o alvo pode demorar muito para identificar o problema – se acontece, é porque o absurdo da situação chegou ao limite. O narcisista, desprovido de empatia e imerso numa cultura em que “se achar” está liberado, raramente tem dimensão da crueldade de seus atos – até por isso os depoimentos sobre a agressão vêm da outra parte. No livro “Sequestradores de Alma, Guia de Sobrevivência”, a autora Silvia Malamud conta a história de Vera (nome fictício), uma paciente que acredita ter sido salva por um câncer de mama. Foi só durante o tratamento do tumor que ela percebeu o comportamento narcisista do parceiro com quem se relacionou por 16 anos: ele chegou a reclamar explicitamente que a doença da mulher o havia tirado do centro das atenções.

Em uma rara exceção, um estudo realizado em 2011 por quatro universidades norte-americanas traçou o perfil de uma mulher de 85 anos diagnosticada, via testes e entrevistas, como narcisista perversa. A conclusão é que as relações pessoais serviam apenas como combustível para alimentar seu narcisismo, e o sentimento de superioridade impedia a criação de laços afetivos. Mas a falsa convicção de ter uma “vida incrível” não a deixava perceber qualquer problema de relacionamento. “Nunca amei ninguém como a mim mesma”, disse a idosa, mãe de uma filha com quem, à época do estudo, mantinha contato frequente.

Não há um consenso sobre a causa do transtorno, mas o ambiente e forma de criação podem favorecer seu surgimento. No caso da idosa, os pesquisadores apontam grande instabilidade familiar: ela perdeu o pai quando criança e, aos 18 anos, já tinha vivido com a mãe e dois irmãos em 15 casas. Nesse período, também estudou em 20 escolas diferentes. Nem todos em situação semelhante desenvolverão a perversão, claro. Mas a cultura contemporânea não condena atitudes compatíveis com a patologia: se houver uma pré-disposição para ela existir, o ambiente se mostrará favorável.

O tratamento da perversão é considerado muito desafiador, se não impossível, porque o narcisista não tem consciência do problema – afinal, tudo nele é incrível. Dificilmente procura ajuda psicológica e, quando o faz, é para convencer a vítima que está disposto a mudar. A tendência é abandonar rapidamente o tratamento, não sem antes tentar convencer que é o verdadeiro injustiçado. Sendo assim, a responsabilidade pelo fim dos abusos fica a cargo dos alvos, o que torna a situação ainda mais cruel: cabe a eles, já fragilizados, identificar os mecanismos de controle e encontrar maneiras para se livrar do problema. Uma mudança certamente desafiadora, mas não menos do que tentar sempre agradar a um dominador.

Apesar de assustadores, os casos de perversão são exceção. Regra é o narcisismo do cotidiano, no qual estamos imersos, que podemos suavizar se adotarmos uma abordagem diferente diante da insatisfação. “Se outras gerações eram muito conformistas, a tolerância agora é muito baixa. O nível de sofrimento que as pessoas suportam é pequeno. É preciso resistir a esse movimento quase compulsivo frente a um conflito, de recorrer rapidamente a uma saída, e examinar o desconforto. Saber dosá-lo para ver até onde ele pode nos levar e não apenas encontrar paliativos”, afirma Barição. É entender que gelatina não mata fome. E rever o tão disseminado estilo de vida narcisista, que pode levar a consequências muito mais graves do que a enxurrada de selfies em sua timeline.
 Fonte: site uol.com.br

domingo, 17 de julho de 2016

A vida!


sexta-feira, 8 de julho de 2016

quarta-feira, 6 de julho de 2016

A teoria dos setênios



De 7 em 7 anos a sua vida muda completamente:
você precisa conhecer essa teoria

A teoria dos setênios é um dos pilares da antroposofia, linha de pensamento criada pelo filósofo Rudolf Steiner que estabelece uma espécie de "pedagogia do viver" do ser humano, interagindo com todo o universo. Dentro desse pensamento filosófico há a ideia de ver a vida de forma cíclica, a partir da observação dos ritmos da natureza, divididos em fases de sete anos.


O que são os setênios
O número 7 é, por natureza, um número místico dotado de muito poder em quase todas as culturas conhecidas. Dessa forma, os ciclos da natureza também respeitam uma subdivisão possível de múltiplos de 7. Nos três primeiros ciclos, que compreendem dos 0 a 21 anos, chamados "setênios do corpo", é quando se amadurece o corpo físico e também acontece a formação da personalidade.

Os três ciclos seguintes, dos 21 aos 42 anos, são conhecidos como "setênios da alma". É a fase em que, superadas as experiências básicas da vida, a pessoa se insere na sociedade e faz as escolhas. Só a partir dos 42 anos, nos últimos setênios, há usufruto da vida com maturidade, profundidade e espiritualidade.

No caso das mulheres, a divisão por setênios ajuda a entender os processos do feminino, que vão do amadurecimento à capacidade reprodutiva até a menopausa, quando as forças da reprodução se transformam em força do pensar mais ligadas à introspecção, possibilitando uma ampla visão de vida. A seguir, conheça um pouco das características de cada setênio.



Dos 0 as 7 anos de idade: ninho
Interação entre o individual (adormecido) e o hereditário. Há ainda o encontro entre a parte espiritual da individualidade e a parte biológica, preparada após a fecundação no ventre materno. A hereditariedade está bem marcada nas células do corpo no 1º setenio, pela ação das forças herdadas, e são armazenadas nos rins para a vida inteira. Nessa idade, porém, a presença da mãe é fundamental, até que aos sete anos a criança se torne autônoma.


Dos 7 aos 14 anos: troca
Começam a surgir os dentes permanentes e os órgãos do sistema rítmico, aqueles contidos na caixa torácica (coração e pulmão), amadurecem. É nesta fase que o mundo externo aparece e, se descobre como se manifestar nesse mundo. Esquematizando de forma gráfica este movimento, há forças entrando e forças saindo. A característica desse setênio é a troca.

Dos 14 aos 21 anos: puberdade/adolescência e crise de identidade
A mulher começa a menstruar e o homem se torna fértil. Essa é a fase onde o ser humano sai do mundo mais paradisíaco e cósmico da infância e entra no mundo terreno. Ele se torna cidadão terrestre, coparticipante da cidadania, de seu lugar, sociedade, e do mundo.


Dos 21 aos 28 anos: limites
Músculos e ossos estão fortes e homem e mulher atingem o ápice da fertilidade. Como se inicia a fase da alma, surge a emoção e dúvidas como: "Escolhi a profissão certa? Quais talentos e aptidões eu deixei para trás? Consegui uma boa relação com o mundo, com o trabalho, com a família e comigo mesma?"

Dos 28 aos 35 anos: fase organizacional
O baço-pâncreas não sustenta mais a carne e o rosto começa a enrugar. Nesta fase vem a crise do talento: "Será que estou no caminho? Qual o caminho a seguir?" Também há questões sobre intelecto e índole próprios: "Ocorreu alguma mudança importante na minha vida nos últimos tempos?"


Dos 35 aos 42 anos: crise de autenticidade
O fígado perde metade de suas funções e o cabelo começa a cair e esbranquecer. É a fase da alma e da consciência. As perguntas são: "O que farei daqui pra frente, agora que já passou metade da vida? Acrescentei novos valores à minha vida? Encontrei minha missão?"

Dos 42 aos 49 anos: altruísmo x manter a fase expansiva
Os pulmões perdem mais capacidade de oxigenar o sangue, o rosto se torna descolado, a andropausa e a menopausa chegam nesse setênio. "Estou desenvolvendo alguma criatividade nova? Como está meu casamento? E meus relacionamentos, a relação com meus filhos? Estou procurando ou já encontrei um novo lazer para esta fase?"


Dos 49 aos 56 anos: ouvir o mundo
A vitalidade declina, a energia dos rins e do fígado está mais fraca e surge a incapacidade de eliminar mais toxinas. Vem a fase inspirativa ou moral, e com isso, as perguntas: "Consegui encontrar um novo ritmo de vida? Como está meu ritmo anual, mensal, semanal e diário?"

Dos 56 aos 63 anos: abnegação
Os dentes começam a cair, a visão e a audição se tornam mais fracos, os reflexos e a mobilidade passam a sofrer alterações em razão do declínio energético dos órgãos sólidos (coração, baço-pâncreas, fígado e rins). É a etapa mística ou intuitiva: "O que eu consegui realizar? Como estou cuidando do corpo, da memória, dos órgãos dos sentidos? Como estão meus bens e aposentadoria?"


Dos 63 aos 70 anos: sabedoria
É a ‘fase do mestre’. A criança tem em volta de si uma aura e luz, pois ainda não está totalmente encarnada. Nessa fase no 10º setênio, essa aura está interiorizada e luminosa por dentro, desde que a pessoa não esteja doente. Se tiver respeitado o ritmo de cada fase, sua luz interior também brilhará.



segunda-feira, 14 de março de 2016

Dia especial... Todos pelo Brasil!!!

Dia especial... Todos pelo Brasil!!!
(13/03/2016)


Um País de com tanta diversidade cultural, racial, religiosa e 
tão cheio de possibilidades!


O que eu quero e acredito que todos nós queremos 
para a nossa nação? 
Desejo que todas as possibilidades sejam exploradas e conquistadas!!!
Que seja um Pa
ís de conquistas, realizações... mas acima de tudo com dirigentes
dignos de reconhecimento, pela sua honra e honestidade e que assim possam nos representar com orgulho. Que trabalhem para o crescimento econômico nacional e para a melhoria social de toda a população do país em todos os segmentos, para que este povo tão rico de esperança e cheio de vontade consiga ver um amanhã melhor para os seus! 



Vivemos em um País maravilhoso, somos um povo maravilhoso, resiliente e obstinado... merecemos o melhor!


Precisamos buscar o melhor! 
Afinal, somos BRASILEIROS, não desistimos NUNCA! 
Lilian.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016